quarta-feira, 6 de julho de 2016

O desemprego em Barrancos e as respostas locais a este problema social (maio 2016)

De acordo com as estatísticas mensais do IEFPBarrancos registava no passado dia 31 de maio, 233 desempregados inscritos no centro de emprego. Na mesma data, a região Alentejo apresentava 26400 desempregados. 
No caso de Barrancos, dos 233 inscritos no IEFP, 155 são mulheres (quadro 1). Por grupo etário, a faixa dos 35-54 anos, tem o maior número de inscritos (116), seguida dos 25-34 anos, com 48 inscrições, o grupo dos menores de 25 anos, tem 29 inscritos, enquanto os maiores de 55 anos tem 40 desempregados (quadro 2). Por níveis de escolaridade, o ensino secundário apresenta o maior número (107 inscritos), havendo dois com habilitações de nível superior (quadro 3). 
Há um ano, a 31 de maio 2015, o IEFP tinha 130 desempregados de Barrancos (74 do género feminino). Em maio de 2014, este número era ainda menor, ficando-se pelos 83 desempregados. Para os menos atentos a este fenómeno, que tem oscilado mensalmente, não se pense que o aumento do desemprego se deve à chamada "destruição de emprego" por culpa da troika, do encerramento de empresas ou da sua deslocalização para outras regiões. Nada disso. Numa zona onde a oferta de novos empregos continua a ser pouca, quase nula, este aumento poderá ser devido às novas orientações governamentais sobre as medidas e programas sociais de emprego, que reduziram exponencialmente as colocações. Menos POCs, mais desemprego. A estagnação na construção civil desde 2010/2012, que agora parece que começa a ter alguma revitalização, também tem a sua quota-parte de responsabilidade.
Para um município como Barrancos, com apenas 1389 eleitores em 31/12/2015, 233 desempregados entre a sua população ativa, parece um número inverossímil, de tão elevado, quando comparado com outros municípios alentejanos com mais população! Vejam-se os casos, por exemplo, de Alvito, que tinha na mesma data, 133 desempregados, para 1935 eleitores, o Crato (202 para 3204 eleitores), Cuba (224 para 3861 eleitores), Mourão (256 para 2272 eleitores)  ou, ainda, Fronteira (188 para 2792 eleitores).
Entretanto, deve ter sido por ter antecipado estes números do desemprego local que a Câmara Municipal de Barrancos criou os programas sociais EMERGE, para maiores de 30 anos, cuja 1ª edição deve começar brevemente e o OTJ (18-30 anos), que já vai na 2ª edição. 
Aditamento (13/07/2016)
Soube agora, por comentário enviado ao eB, que entre os "233 desempregados" de Barrancos, está um(a) licenciado(a), que está no ativo e a trabalhar há, pelo menos, dois anos, e um outro reformado, desde finais de 2015! Pelo elevado número, para a população ativa local, é provável que haja mais "inscritos", indevidamente inscritos.
P
Quadro 1 - número de desempregados e distribuição por género
Quadro 1 - desempregados/grupo etário
Quadro 3 - desempregados/nível habilitações literárias

1 comentário:

João Carlos Durão disse...

A estratégia de desenvolvimento humano e profissional na região de Barrancos assume, per si, e de modo subjacente, as ineficiências organizacionais, as assimetrias sociais e a incapacidade de atração de novas empresas que têm moldado a matriz do nosso concelho.

Politicas de subsidiação permanente, de ocupação dos tempos livres, de desinvestimento indireto, de empregabilidade autárquica, de isolamento institucional e de diminuição do carácter evolutivo das pessoas, não permitirá, no médio-prazo, o aumento significativo do bem-estar das famílias, bem como a fixação dos jovens, empresas e instituições no concelho.

A população de Barrancos necessita de uma nova estratégia de desenvolvimento. Os nossos representantes autárquicos, institucionais e empresariais devem estar à altura dos desafios que a nossa região possui, encontrando na inovação organizacional, novas parcerias-protocolos e na eficácia da comunicação intra e extra-regional os desígnios do sucesso das gerações futuras.

Em conjunto, podemos reforçar a posição do nosso concelho. É na diferença ideológica, na liderança, na coragem e capacidade planeamento e de execução que as nossas pessoas reencontrarão os seus sonhos, pessoais e profissionais.

A politica deve servir o Homem, e não alguns homens.

Atentamente,

João Carlos Durão