quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O montado de azinho de Barrancos está doente

A destruição do montado de azinho, já aqui referida, é algo preocupante e que se agrava com o decorrer dos anos. Quem anda pelos campos de Barrancos, circula nas estradas ou caminhos rurais, provavelmente deve ter reparado no elevado número de azinheiras com ramos castanhos, outras secas e muitas com o tronco marcado, para abate.
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As causas da degradação do montado de azinho poderão ser muitas e variadas, mas duma coisa não se pode esquecer o barranquenho: o desaparecimento do montado (e do seu ecossistema) terá, entre outras, implicações ambientais, sociais e económicas gravíssimas, em especial para a produção do presunto de Barrancos DOP,  cuja marca Barrancos Capital do Presunto se está a  reforçar e valorizar no mercado nacional e internacional.
Montado de azinho doente, algures nos campos de Barrancos. Foto: eB, 04-12-2013

3 comentários:

Anónimo disse...

É deveras preocupante, mas mais preocupante que tudo isto, é o facto de não se ver fazer rigorosamente nada contra este problema.
Está em andamento (e em passo bem apressado) a desertificação dos nossos solos.
Grave, bastante grave para não dizer catastrófico.

Tiago Batista disse...

Boas! é daquelas coisas q ninguém (ou quase ninguém) repara, e quando se repara já é tarde. Bem poucos já devem ser os montados bem conservados no Alentejo, mas ainda os há. Há quem diga..."ahh e tal o montado está doente, é uma doença qualquer", mas não, penso que a causa principal não seja essa doença que aparece do nada, mas sim a sobre-exploração do ecossistema, em que a pecuária e a agricultura já não é praticada de modo extensivo, mas sim intensivo, degradando o solo e as árvores, impedindo ainda o crescimento das novas. Aqui para estes lados o q se vê mais são as lavouras e desmataçoes profundas que a longo prazo afectam as alvoras e ainda as podas desnecessárias e nem sempre feitas no tempo certo...esperemos que haja mudanças! abraço jacinto e Boas festas

Jacinto Saramago disse...

Caro Tiago, tem toda a razão. Por estes lados da margem esquerda do Guadiana há quem tenha 100 vacas um ano inteiro a "pastar" num ha!!. Não se respeita a densidade de gado/ha (nº de cabeças/ha).

Não sei se o problema está identificado pelas autoridades regionais de agricultura e floresta, mas urge uma intervenção de informação/sensibilização das populações e um plano de combate à praga (!?).

Boas festas.