domingo, 22 de julho de 2012

Contribuinte detido numa esplanada de Barrancos por não pedir fatura da torrada

Simplício foi esta manhã detido na esplanada da pastelaria depois de adquirir uma torrada e um galão, sem pedir factura.
 «Nós assistimos a tudo. Apareceu o senhor sentou-se, pediu a torrada e o galão (de máquina, note-se), depois passou o dinheiro e não pediu a respectiva factura», explica um dos fiscais das Finanças que apanhou Simplício em flagrante delito, já com meia torrada no bucho.
 «Alto! Pouse a torrada e não beba mais galão! Mãos no ar! A factura?», gritaram os fiscais, lançando o pânico na esplanada. «Não pedi!», respondeu o Simplício. «Mãos atrás das costas! Agente Pereirinha, queira apreender a torrada e o galão deste indivíduo!», afirmou o fiscal encarregue do caso.
Enquanto isso, ao lado, muitos contribuintes engoliam as torradas de uma vez, sem mastigar (um quase queimou a garganta com o galão quente!), pois também não tinham pedido factura. Simplício foi a única detenção. A esplanada ficou deserta...(...)
Adaptado, sem autorização, daqui

12 comentários:

romcadur disse...

Bonita rábula que não estará muito longe de uma realidade próxima a que os políticos incompetentes nos querem remeter.

São tem coragem de atacar os poderosos com esses eles são fracos, corruptos e manso sendo que com os mais fracos eles apresentam o puder e a ditadura.~

Não se engano o povo duas vezes e que todos os reformados do parlamento e de todos os orgãos de suberania seja obrigados a deixar o puder e vivam exclusivamente dessa e só de uma reforma.

Anónimo disse...

Realmente não nos resta outra, que não seja brincar com a realidade e "alarvidades" com que todos os dias somos presentados pelos nossos governantes, que é com estas medidas que nos pretendem tirar da crise que eles próprios criaram. Enquanto por outro lado todos os dias ouvimos que prescrevem em tribunal os processos daqueles que realmente teem roubado e continuam a roubar o Pais,mas claro esses são intocáveis, não fossem eles pertencentes à mesma "corja"!!!

AG

Anónimo disse...

BRINCADEIRA, MAS O CERTO É QUE NÓS PAGAMOS A TORRADA E O GALÃO NA TOTALIDADE (INCLUINDO O IVA) E OS PROFISSIONAIS DO RAMO DA HOTELARIA RECEBEM-NO E NÃO O DECLARAM, ESTÃO A ENGANAR O ESTADO E A NÓS CLIENTES AO COBRAR O IVA... MELHOR FAÇAM COMO EM ESPANHA SE NÃO QUER FATURA O PREÇO É MENOR...

Jacinto Saramago disse...

Nota do autor:
Em resposta ao anónimo das 19h49:
É provável que haja empresários pouco sérios, mas acredito que a maioria cumpra as suas obrigações fiscais.

No entanto, o que está em causa é a transformação do consumidor ou cliente em fiscal de finanças, a pretexto dum potencial beneficio fiscal que não existe em 99,99% dos casos.

Se em Espanha procedem dessa forma, estão a defraudar o Estado. E Espanha não está para isto... a crise acentua-se na Ibéria. Estamos montados na Jangada de J. Saramago, não tarda nada e o pior é que não sabemos para onde nos levará a corrente!


Cpts.
Jacinto Saramago

Anónimo disse...

Ora vejamos, quantas vezes nós pagamos o cafe, galão torrada ou seja o que for e eles fazem a conta no caderno ao lado da registadora? No restaurante, quantas vezes é na propria toalha de papel que está posta na mesa? Quantas vezes pagamos e colocam as moedas ou notas marcando apenas o preço 0.5 (café/água - preço geral, o mais barato praticado apenas para abrir a caixa registadora)? Quantas vezes verificamos que as caixas registadoras ficam abertas de uns pagamentos para os seguintes (prática ilegal punida pela ASAE)?
O Governo com esta medida não adianta nada, devia era obrigar na hotelaria a colocar registadoras que não emitissem recibo e sim fatura, certificado pela DGCI.
Nas oficinas, uiiii aí é melhor nem falar

Burro Celestino disse...

Boa tarde!
Como está isto, ao que temos chegado e ao que chegaremos, uns porque concordam, outros porque não concordam, o certo é que esta medida não benefecia o zé povinho, ou beneficia o estado ou os comerciantes. Pois eu confesso, e tenho a certeza que não sou o único a fazê-lo, quando vou a oficina, pergunto sempre o orçamento sem fatura, e se houver uma diferença muito grande de preço, nem penso duas vezes, pois 1º está a minha carteira e depois as dos outros, ou vocês já viram os relvas, coelhos etc a preocupar-se com outras coisas que não seja para beneficios próprios??!
Mas como dizia o outro, o burro sou eu!
Cumprimentos a todos.

João Carlos Claro disse...

Caro Jacinto (e comentadores)

A não ser o anónimo de 23 de Julho de 2012 19:49, percebe-se uma das razões das contas públicas deste país.
Tal como o meu caro amigo, ambos tivemos uma redução de 5% no ordenado mais a perda do 13º e 14º porque não se consegue aumentar a receita devido à fuga aos impostos. É com o nosso IRS que funcionam uma série de serviços públicos de que todos beneficiam (saúde, educação, obras públicas, ...).

Por todo trabalho que faço, é aplicado o correspondente IRS e quanto mais ganho, maior a percentagem de IRS. Por outro lado, a média dos ordenados dos empresários deste país, desde o dono do café da aldeia ao sr. Américo Amorim é de 800 euros, segundo as declarações de IRS de 2011 e que dois terços das empresas declararam prejuízo em sede de IRC. Dá que pensar...

Na Alemanha, Holanda, Suécia, Polónia, quando pago um simples café tenho direito a recibo mesmo sem o pedir. Por cá, parece que estou a ofender alguém...

Caro amigo Jacinto, afinal são os malandros dos funcionários públicos e os tais empresários parvos que passam recibos, os que na realidade estão a manter a jangada do José Saramago à superfície.

Jacinto Saramago disse...

Caro anónimo/a das 02h39:
Tem toda a razão, mas não é transferindo o ónus da fiscalização para o cliente que o problema das contas públicas e da fuga ao fisco se resolve. Deve ser o Estado, através dos seus meios coercivos e de fiscalização a garantir que a lei seja cumprida.

Cpts.

João Carlos Claro disse...

Caro Jacinto Saramago

Não faço comentários anónimos. Acredito que não tenha reparado, pois estou devidamente identificado no canto superior esquerdo.

Quanto à penalização sobre o cliente, esta há muito que faz parte da legislação tributária nacional, só que não se falava dela. Posso discordar da lei, mas não a posso ignorar.

Sobre o papel de delator versus corresponsável pelas finanças públicas, será interessante comparar a incidência de fugas aos impostos entre os países que neste momento estão em maiores dificuldades com aqueles mais robustos, que por acaso são luteranos ou calvinistas.

Mais de 40% do financiamento comunitário provem de uma percentagem do IVA cobrado em cada país. Todos vimos as placas junto dos fontanários ou centros de idosos com os valores correspondentes ao financiamento da União Europeia, mas poucos relectem que parte desse dinheiro só é disponibilizado para Barrancos porque as cabeleireiras, comerciantes ou mecânicos automóveis finlandeses, dinamarqueses ou austríacos passam recibos com valor fiscal.

Eu também me sinto como o Simplício, quando pago um serviço e me fazem má cara se pedir o recibo e imagino essa pessoa ou familiares a frequentar a escola pública,a utilizar as estradas a ir a uma consulta no centro de saúde que tem um valor real de 150 euros e a barafustar porque tem de pagar uma taxa moderadora, porque a estrada tem buracos e porque chove na sala de aula do filho.

Até há um ano, pedia-se emprestado ao exterior para pagar tudo aquilo que não era suportado pelas receitas internas. Agora temos que viver uns dos outros cá dentro.

Cumprimentos,
João

Jacinto Saramago disse...

Caro João, peço imensa desculpa, foi um lapso. Bem sei que o João estava identificado. Mas no momento da publicação do seu comentário tinha outros (e estes sim anónimos, sobre assuntos diferentes) e não me apercebi da assinatura.

Cpts.

Anónimo disse...

O Sr João tem toda a razão, quem recebe o iva e quem nos cobra sempre o iva, que o pague e não fique com ele, para isso já tem uma margem de lucro nos preços que pratica

Jacinto Saramago disse...

Ola Atonio, a noticia é uma brincadeira (paródia). Nada do relatado ocorreu, mas poderá ocorrer se as autoridades forem escrupulosas na fiscalização da legislação sobre as faturas.

Cpts.